Monday, August 18, 2008

As Torres de Notre Dame






Enquanto esperávamos, na fila para visitar as torres, ficamos beliscando um pãozinho, um queijinho, um cookie e tomando mate. As tentadoras baguetes estavam do outro lado da rua nos chamando, mas ficamos com medo de sair da fila. Por sinal, de uma forma geral, toda a pessoa seja francesa ou turista respeitava a ordem da fila. Quando não, só podia ser o quê? Brasileiro!

Fazia um frio medonho na rua, chovia fino e Cristina arrependida, amargava a falta do gorrinho e das luvas compradas no Brasil. Colocou o a sua echarpe em volta do rosto e ficou parecendo uma mulçumana. Linda por sinal, só com aqueles olhos apaixonantes e misteriosos para fora. Enquanto a fila não andava ficamos nos divertindo com um francês super simpático que de máscara ficava dando sustos nas pessoas que passavam pela rua. Divertido, sem compromisso e relaxante.
Finalmente conseguimos entrar e fomos apresentados aos degraus que iriam nos levar as torres, famosas torres de Quasímodo e Esmeralda. Quem não se lembra dos filmes em preto e branco sobre o corcunda de Notre dame que pulava de uma torre para outra, de um sino para o outro. Aos mais jovens resta a versão em desenho animado da Disney.
Foram 285 degraus! Uma primeira parada para compras e depois outro tanto até chegar às torres. E o sentimento quando chegamos lá em cima e atravessamos a porta é de pura imensidão e imponência.

Lá do alto, tiramos fotos de todas os pontos da cidade permitindo uma visão de 360º a partir das torres. Muitos casais tirando fotos e foi aí que conseguimos tirar uma foto nossa. De qualquer ponto que você observe, as construções são muito parecidas dando uma homogeneidade histórica riquíssima.
O esforço para subir as torres é razoável. Lembre-se de que são 285 degraus. Aproveite a paradinha na subida para comprar os brindes que você deseja porque a volta é direto até o final. As esculturas que rodeiam as torres são um capítulo a parte.

Lembra daqueles filmes épicos em que o corcunda de Notre dame aparecia pendurado nas torres, nas esculturas, pulando de um ponto ao outro? Pois é, se você fechar os olhos vai ter a mesma sensação que ele teve ao fazer isto. Vai se achar inexpugnável lá em cima como se nada pudesse atingi-lo.

As esculturas parecem ganhar vida. Se olharmos fixamente para suas cabeças e suas asas, parece que estão prestes a despertar de seu sono a qualquer instante, como se nos dissessem que sua imobilidade e quietude são apenas uma ilusão.
É um sentimento de arrebatamento muito forte que toma conta do nosso corpo e da nossa mente. Não é a toa que toda parte superior é protegida com grades reforçadas. Temos a sensação de estar em uma gaiola impedidos de voar. Para quem estuda o ocultismo e tem conhecimento do corpo astral sabe exatamente o que esta proteção significa. Há uma astralização quase que instantânea, as pernas bambeiam e em alguns segundos uma tontura irá nos encontrar enfraquecidos para resistir. Dá medo sim de perder o controle sobre si mesmo. Talvez tenha sido um pouco esta a intenção da Igreja ao construir estas catedrais. Impor o medo e o controle sobre nossas crenças e valores. Não dá para imaginar a catedral como não sendo também uma fortificação. E aí aparece a contradição católica que estimula o arrebatamento, mas estabelece uma distância por meio de seus portões e torres elevadas.

1 comment:

Unknown said...

Adorei as fotos e os comentários. Te amo muito! Obrigada por ter nos proporcionado esta maravilhosa viagem!!!!!
Bjs
Cris