Tuesday, March 13, 2018

Sinagoga Pinkas

A segunda sinagoga mais antiga de Praga é a Pinkasoya tendo sido construída em 1479 pelo rabino Pinkas com estilo gótico tardio. Situada no bairro judeu que está localizado ao lado da cidade velha, é uma das seis sinagogas da cidade. Ali, o imperador Jose II derrubou as muralhas do antigo gueto e construiu as largas avenidas por onde passeamos. Imagine um local de encontro das grandes grifes do mundo. É justamente ali, no bairro judeu.

A comunidade judaica de Praga foi uma das mais importantes da Europa e sua presença na cidade data do século VIII. No meio do salão principal no andar térreo pode-se assistir um filme em 3D que mostra como o bairro era antigamente antes de ser totalmente modificado em função das campanhas de saneamento dos séculos IX e XX. (Avant Garde Prague).

Ao lado da sinagoga encontra-se o cemitério Judeu de Praga. O cemitério foi fundado em 1478. Em números estima-se que cerca de 100 mil judeus estejam enterrados ali. Quando entramos nesta área um profundo silencio se abateu a nossa volta. Era como se o tempo tivesse parado em memória de tantos que ali se encontram. Diversas lápides em diferentes estados de conservação vão conformando a paisagem e estreitando o caminho como se o coração fosse sendo apertado por tanta dor e sofrimento.

Olhávamos para o alto em meio as folhas secas caídas e as árvores já despidas de sua beleza de primavera-verão. Olhar para o céu era um desejo de abrir uma janela no tempo e deixar que a paz pudesse encontrar ali, moradia.
Encontrar a razão, o sentido e compreensão para tudo que se passou. Um sem sentido da história dos povos onde morte e perseguição andaram e andam de mãos dadas. Olhar o céu e buscar ar para respirar.

Momento de contrição, respeito silencioso e profunda emoção. Em suas paredes estão registrados os nomes de mais de 77.000 judeus.
Não consegui tirar nem uma foto desta ala. Apenas comecei a chorar.

 Em outra ala visitamos a exposição de desenhos das crianças que estiveram no campo de concentração de Terezin. Estes desenhos foram feitos entre os anos de 1942 e 1944.

Ao olhar cada um daqueles desenhos impossível não pensar em tantas crianças que naquela idade das diferentes idades ali presentes. Crianças no mundo e que deveriam como crianças que são estarem brincando, correndo, sorrindo e se divertindo.

Hoje, passados tantos anos destes horrores, vivemos ainda em um mundo em guerra. Continuam sofrendo, morrendo e tendo sua breve vida interrompida.
Como não pensar nos desenhos que meu filho Pedro fez quando criança. Qualquer desenhos daqueles que vi poderia ter saído de sua mente, de sua imaginação, de suas mãos com as suas cores. Meu filho, na infância estava em casa sendo criança. Aquelas crianças, não.


A beleza de sua arquitetura interna é como um bastião de luz em meio a tanto sofrimento. Ponto de encontro para as orações e sentimento de esperança.









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