Viagem. Palavra tão curta que nos move em tantas direções. Para qual ponto cardeal apontar nosso barco? Em que sentido içar nossas velas? Que roteiros escolher? Ciganos e ao acaso do movimento das ondas ou determinados e definidos?
Viajar é sempre uma aventura. Uma excitação que começa com o desejo de ir a algum lugar. Sair do porto presente, desatracar as amarras e seguir. Ontem estava sentado perto da janela de casa quando um vento veio de leve me lembrar que talvez fosse chegada a hora de novamente partir.
Aquele vento que nos enche de euforia e animação. Portando caderno, caneta, computador, livros e revistas saí junto com meu amor a rabiscar os primeiros esboços de um possível destino ou destinos.
Tantos interesses, tantas cidades, tantas curiosidades que foi difícil espremer o desejo para que ele ficasse do tamanho de dias disponíveis. Arruma daqui, aperta dali, elimina acolá e, finito, chegamos a 26 cidades. Algumas conhecidas do meu amor e outras, de nós dois.
Lembranças silenciosas de um caminhar pelas ruas, dos risos em uma mesa, da luminosidade da vela em um jantar ou da noite e do luar a nos abençoar em um passeio nas pontes sobre os rios Sena e Tibre.
Vai dar? Tem grana para tudo? Não sei. Ontem, não queria saber. Queria apenas colocar o sonho no papel, deslizar o lápis pelo papel entre um gole e outro de prazer. A viagem, afinal, não acontece quando embarcamos no avião e nem quando despachamos as malas.
Começa bem antes. Começa na cabeça, o coração e na emoção de um coração, ou melhor, dois corações apaixonados que tem um enorme encanto em estar juntos para toda e qualquer tipo de aventura.